domingo, 12 de dezembro de 2010


faulted conductor.

Todo dia me pergunto em como seria optar pela razão. Nesses desvios e encontros, a emoção não faz mais sentido. VOCÊ ME DECEPCIONOU. Todos os dias alguém ou algum fato tenta te convencer de que isso não tem volta. Inacreditável as coisas que você faz quando pensa ter algo que não é verdadeiramente seu. Cria laços frouxos na esperança do outro apertá-los, ao passo que você se envolve. E isso não acontece. Você grita, esperneia, e ninguém escuta. São rostos pacíficos em meio ao caos e só você não entende em que linhas sinuosas você andou esse tempo todo. Onde você esteve quando todos tentavam te avisar que nada mais seria verdadeiro? Mesmo que no fundo da sua alma faminta, você queira lutar mais e mais. E esse motivo pelo qual você lutou todos os dias, está te fazendo desistir. Quando, enfim, essa orquestra ficar muda aqui dentro, eu vou me lembrar desse silêncio.
1

sexta-feira, 26 de novembro de 2010


máquina de pinball

Me peguei pensando em como todo mundo atira pro nada, querendo acertar em algo valioso. Não é seu objetivo, mas os obstáculos vão te trazer alguma cicatriz, e da próxima vez que se atirar, vai pensar bem em como desviar para evitá-los. NÃO ADIANTA. Não adianta desviar, retardar ou correr. Você é programado a bater de frente com todos, até perceber qual realmente vale a pena. O arco-íris pode ser o pote de tesouro e você nem sabe.
E quer saber? NÃO ADIANTA. Quem está te vendo jogar, não quer saber seu caminho. Quer saber seu ponto final.

Onde você vai estar no fim da partida?
1

quarta-feira, 24 de novembro de 2010


romance dois

É questão de tato. Toda e qualquer aproximação traz esse desejo irreparável. Antes mais que tudo. Antes mais que o deslumbrar. Tudo vem com o gosto forte da união dos corpos, até então estáticos.
Quase numa dança fantasmagórica, soprando transparência, onde a intenção está ali, a olho nu. Clara e crua.
0

segunda-feira, 18 de outubro de 2010


Algo que te leva...

Já sentiu-se tão cansada, que qualquer foto fria com sorrisos vazios e olhares supérfluos lhe pareceu atrativa?
Até ontem, você via claramente isso. Hoje, isso já não significa mais nada. É apenas o verde reluzente da grama do vizinho. É apenas grama. Nada que te faria mal. Até hoje. Até agora. É tudo convidativo e amável. Tudo que empurra sua realidade mais pro fundo do poço. Tudo que inclina ainda mais sua esperança pro precipício. Susurra no seu ouvido o quanto é belo o lado de lá. E o lado de cá, escuro.
0

Silenciosa.










 

Esquece. Não há juras, não há certezas e muito menos aparições. Há o comum, o de sempre. Aquilo que já decifraram há séculos, e que já foi comprado. Já foi convencido e vendido à preço de banana. Ninguém repara, até machucar fundo. Até sentir cravado na pele. Não há mais beleza, por que não há mais exceções. Isso já foi visto, é banal. Não importa o quanto você sinta, sempre vai ser desvendado. De repente encontrar-se entre tantos corações, não faz nenhum sentido. Tudo volta ao início. Razões superficiais e anseios físicos. Todo o tempo.
0

sábado, 16 de outubro de 2010


Não se engane.

Trata-se da dinâmica dos corpos insustentáveis. Totalmente dispersos na leveza da realidade complexa e fria. E os olhos procuram inspiração naqueles cantos surpreendentemente imprevisíveis. Nessa destruição mútua tudo se agrupa de forma aleatória. Faz sentido. Só se fere quem precisa de atenção. Quem sustenta um coração. Aquele torto, que precisa de correção. Nem tanto assim. No fundo, ele está certo em pedir perfeição, quando ela nem existe. Pobre sonhador inquieto. No rosto, sempre a expressão de que um dia isso pode passar despercebido...
____________________________
Fora da bolha, o mundo é mundo, querida.
0

domingo, 22 de agosto de 2010


in wonderland.

Assim como Alice, sentia que aquele espaço era pequeno demais para a probabilidade de seus fatos. Coincidência ou não, logo aquele mesmo espaço seria grande demais...
0

liebe ist für alle da

É amor. Tudo o que sai pela tangente, que escorre pelos dedos e que escapa das mãos. É amor. Basta reparar nas caras, nas bocas e na leve seriedade forçada. É amor. Desde o olhar petrificado, até a distância inocente. É amor. Quando é ingênuo e quando parece traiçoeiro. De várias formas e de várias cores. É e sempre será amor. Inegável, certeiro, indescritível e urgente.
0

domingo, 8 de agosto de 2010


atalho.

Sentir tudo em primeira pessoa, em única. Ser o todo e tudo o que isso leva de mim. O pensamento segue acorrentado, imerso. Em todo o rosto a mesma expressão. Aquela faminta e enfadonha. Ciente de seu rumo, desvia e corta. Destroça, fazendo do detalhe, carnaval. Indevida inquietação, doce e irreparável, traz à tona o pertinente detalhe: A indiscutível tormenta do peso da necessidade absurda, da urgência gritante, do sentimento infinito...
0

segunda-feira, 19 de julho de 2010


have faith in me.

Tenha fé em mim
Porque tem algumas coisas que vi que eu não acredito
Então se apegue ao que você sabe e nunca se esqueça disso
Você deveria saber que as coisas nem sempre são o que parecem

Eu disse nunca esqueça disso, e eu nunca esqueci
Eu disse que nunca te deixaria cair e eu sempre cumpri
Se você não tivesse essa chance então eu nunca fiz,
Você sempre me achará bem aqui, novamente

Fiquei louco,
Porque tem algumas coisas na rua que eu não acredito
Então nós fingiremos que está tudo bem e ficar em casa a noite,
Que mundo,
Vou te manter a salvo aqui comigo

Eu disse nunca esqueça disso, e eu nunca esqueci
Eu disse que nunca te deixaria cair e eu sempre cumpri
Se você não tivesse essa chance então eu nunca fiz,
Você sempre me achará bem aqui, novamente

Eu disse nunca esqueça disso, e eu nunca esqueci
Eu disse que nunca te deixaria cair e eu sempre cumpri
Se você não tivesse essa chance então eu nunca fiz,
Você sempre me achará bem aqui, novamente

Eles me pegaram do lado de fora, olhando para dentro,
Mas eu não consigo ver claramente
Com o peso do mundo nos meus ombros,
Eles só querem me ver cair.

Eles me pegaram do lado de fora, olhando para dentro,
Mas eu não consigo ver claramente
Com o peso do mundo nos meus ombros,
Eles só querem me ver cair.

Tenha fé em mim

Eu disse nunca esqueça disso, e eu nunca esqueci
Eu disse que nunca te deixaria cair e eu sempre cumpri
Se você não tivesse essa chance então eu nunca fiz,
Você sempre me achará bem aqui, novamente

Eu disse nunca esqueça disso, e eu nunca esqueci
Eu disse nunca esqueça disso, e eu nunca esqueci
Eu disse nunca esqueça disso, e eu nunca esqueci
Eu disse nunca esqueça disso, e eu nunca esqueci
1

Ociosa e rastejante

A cada tombo, um pedaço de mim mesma fica para trás. E ao contrário do que eu pensava, não era para me lembrar em quais armadilhas já cai, mas sim pra arrancar pouco a pouco tudo o que eu pensava estar intacto aqui dentro. Fui vendo tudo aquilo ficar para trás, sem tempo de me despedir. Aos poucos tudo se quebrou e logo não conseguirei ver nos estilhaços, todas as minhas fraquezas iniciais.
0

libe, desesperadamente liebe....
0

domingo, 6 de junho de 2010


There is a light that never goes out...

Se esse suspiro veio à tona, valeu a pena. Até aquele sorriso bobo, fora de hora, me trouxe mais perto da superfície. Acontece uma coisa serena dentro desse turbilhão, e ela por vezes dorme tranqüila, certa de que essa segurança vai durar. Nem sempre é mais fácil enxergar em meio a essa calmaria, realmente não é. Para quem está acostumada com a confusão, ela desperta a pior sensação de perda. Perda de sentido. Porém, nada muda em relação a espontaneidade madura, à lágrima ingênua e a essa sincronia desajeitada. Independente da possível ausência desses efeitos, sempre vai existir verdade. É verdade até nas horas mais inadequadas. Nos abraços apertados, na destreza das palavras, na falta do que falar, na lágrima rejeitada e até na confissão tardia. Sempre será reconhecido, até mesmo em coisas invisíveis a olho nu. Nos laços e nos amassos, nos nós na garganta e na exatidão das evidências. E assim, pouco estipulado, isso acontece, transportando tudo o que há em mim para perto de você...
0

segunda-feira, 31 de maio de 2010


e preferiu não ver.

Logo entendeu o motivo de fingir que ser incompleta era normal. Nunca é. Sempre foi mais saudável esconder o motivo de sua descrença estar totalmente dependente de algo tão sensível, até mais do que ela mesma. Via uma característica tão simples, que parecia ser piada. Uma definição tão secreta, que preferiu guardá-la ainda mais para si.
0

segunda-feira, 24 de maio de 2010


pride...



Não há nada que amanheça em mim, que não necessite de você.
0

Assim que vi você
logo vi que ia dar coisa
coisa feita pra durar,
batendo duro no peito
até eu acabar virando
alguma coisa
parecida com você
parecia ter saído
de alguma lembrança antiga
que eu nunca tinha vivido,
mas ia viver um dia
alguma coisa perdida
que eu nunca tinha tido
alguma voz amiga
esquecida no meu ouvido
agora não tem mais jeito,
carrego você no peito
poema na camiseta
com a tua assinatura
já nem sei se é você mesmo
ou se sou eu que virei alguma coisa tua.




Alice Ruiz.
0

terça-feira, 4 de maio de 2010


um roteiro incerto, doce e real.

n: eu tava olhando pras pessoas da faculdade hoje
e achei todo mundo idiota perto de você.
mais ainda do que eu achava.
você tá fazendo mal pra mim.

c: ás vezes tenho medo de vc pensar assim de mim, sabe...
se um dia eu te decepcionar, vai ser sem volta.

n: é uma merda
mas você nunca me decepcionaria por ser você
se você for verdadeira comigo dentro do que você acha certo, eu ficarei feliz já.

c: eu sempre sou :}

n: mas tem medo de decepcionar por que?

c: sei lá, se um dia você perceber que eu não sou tudo isso que você pensa.

n: besteira ;}
você é mais do que eu pensava.

c: deve ser por que eu nunca te vi como você me via
e agora você é tudo pra mim....
0

Não dá pra escolher uma trilha sem consequências.
Eu não posso ser metade, mesmo que isso acarrete dores inteiras.
0

quarta-feira, 28 de abril de 2010


longíquo e meu.

eu nem preciso dizer que o que você achou em mim foi algo que eu pensei ser impossível encontrar, né?
0

notas de uma 'girl afraid'...

Se todas essas nossas despedidas são prévias para um futuro adeus, então eu sei que esse dia será o pior da minha vida. Não que eu queira presenciar isso, não. Só não posso estar despreparada para voltar e firmar os pés no chão novamente. É a vez dos gritos internos. Eles repetem incansavelmente; não é um sonho, não é um sonho, não é um sonho. Me apavoro ao pensar que o eco desses gritos pode voltar em minha direção, jogando na minha cara o quanto fui ingênua.
Essa sensação vai fugindo aos poucos, eu sei...
2

sexta-feira, 23 de abril de 2010


repetir tuas falas sem pensar...

Essas nossas piadas clássicas insistem em ilustrar situações céticas. O amargo gosto de necessidade se funde ao domínio condicional. É claro que meus deleites se transformam em incógnitas, em fração de segundos. E como isso me preenche. Os dias tentam se completar desesperadamente, à procura de longos refúgios. Em vão. Horas compridas que antes eram rotina, hoje exercem o desprazer da paciência. Me perdendo e tentando acertar o alvo do nosso equilíbrio. Seria fácil se você não me deixasse à deriva na realidade.
0

domingo, 18 de abril de 2010


c: não apague as luzes pra mim.
n: mas eu tenho medo do que a claridade pode me causar.
c: e as coisas perdidas? como achar?
n: não se pode perder o que nunca se achou.
c: eu preciso achar o que você perdeu.
n: você não pode lidar com coisas que pra mim são enigmas.
c: eu posso tentar.
n: você quer?
c: sim, só não apague as luzes.
1

sexta-feira, 16 de abril de 2010


O que (não) deve ser...

Era claro como água a situação em que se via. Desastre. Seus planos se classificavam assim. Desistência não era cogitada no início. Foi inevitável. Táticas infindáveis com apenas um propósito: dar sentido aos sentidos. Desastre. Pensava nessa palavra como seu túmulo, ou sua imortalidade. Início e fim. Apostou tudo em suas chances, e continuou provando como sua sensatez pode ser contraditória... Um alto exemplo de fracasso. A prova viva da realidade, ao menos da sua.
0

quinta-feira, 8 de abril de 2010


A arte de ser (in)completa.

Querer ser metade e ser inteira
Não se arrepender das ações
Ser traída pelas reações
Não ser total para dar lugar ao imparcial
1

pra se acostumar.

Medo. Coragem. Medo. Coragem.
Alternando meus monstros particulares, até o dia em que eles serão hábitos.
1

quem sabe...

ele&ele: se esforça e tenta lembrar de coisas que te deixam satisfeita.
ela&ela: eu queria ter que me esforçar pra lembrar de coisas que me deixam insastisfeita, não o contrário.
ele&ele: mas aí seria muito fácil, e você sabe que ninguém dá valor à coisas fáceis.
ela&ela: poderia ser difícil, não é isso. o problema é muitas vezes ser impossível...
1

terça-feira, 23 de março de 2010


ps.

Pressentia que em algum lugar existia uma parte incompleta, esperando que as suas medidas preenchessem as características falhas e, até então, auto-suficientes. Seu maior desafio seria reconhecer e admitir que aquilo tudo a faria mais feliz. Uma tarefa árdua para uma alma pequena...
1

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010


colhendo delírios

Tempestivamente ela encontrou vestígios de sossego. A procura que de tão perturbadora, foi quase trágica. Começou tudo aquilo com um desejo inconsciente de dar fim a toda àquela expectativa, que no fundo era vã. Ela sabia disso mais do que ninguém, mas o que seria dela sem seus tormentos infindáveis? Não sabia, mas não ousou arriscar. Era tarde, mas agora tinha certeza de que aqueles devaneios compunham o que ela era, e cada pedacinho de ilusão estava completamente assinado e registrado em seu nome. Ela não podia voltar atrás, mesmo que quisesse.
0

essa minha imaginação...

Hoje visitei o meu mínimo. Fui ao fundo, que de tão obscuro, me envolveu. Me perdi. Vi de perto tudo o que antes me assombrava. Me vi pequena. Não pude nem ao menos planejar ser cuidadosa no caminho. Tropecei. Ainda entorpecida me vi percorrendo o que antes me dava calafrios. Titubiei. Foi estranho, mas continuei. Mesmo desprotegida, me senti segura comigo mesma. Quis correr e não era necessário. Avistei o fim. Como imaginei. Menor do que fantasiei.
0

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010


Mais um desabafo sutil de uma veterana fracassada.

Estranho pensar que, como todo ano, ao soprar as velinhas e mentalizar aquele desejo, ele não será atendido. Por mais que a esperança te atormente ás vezes, por mais gritos otimistas que sua alma insista em despejar sobre você, nada acontecerá. Logo você, que tinha prometido que este dia seria normal. Foi só uma foto amarelada, velha, só isso. Enxerguei o quanto uma direção pode ser traiçoeira, mesmo sendo friamente calculada. Mas quem poderia achar que atitudes friamente calculadas são certas? Aquela ironia mortificante foi fatal. Naquele momento significou tudo.
1

sábado, 16 de janeiro de 2010


Esboço de um dia desfeito

O olhar fixo na ternura inventada dela. O olhar pro alto, implorando ajuda, mesmo que de um lugar improvável para ela, do céu. Ele seco, como uma folha antiga. As mãos em uma dança, procurando a interpretação perfeita. As dele estáticas, prontas para um recuo. Em uma trepidação irritante a voz dela aponta toda a sua insegurança. A firmeza dele grita, apenas a lembrando de como o jogo está invertido hoje. A memória voa. A aparência inquieta. A memória pousa em um momento triste. Aflito. Ele não pode controlar a situação do seu modo, não dessa vez. Os vestígios de segurança vão se esvaindo a cada pouso de sua memória também pessimista. Os motivos vão passando aleatoriamente por sua cabeça. A tentativa inútil de interpretar seus gestos. A boca entreaberta, pronta pra concluir o que foi planejado dias atrás. A respiração muda o tom. Do outro lado ela atinge a mínima possibilidade de coragem. Coração pra ele já está em segundo plano, depois do dia em que foi dilacerado. Coração pra ela agora está em primeiro plano, depois do dia em que dilacerou um outro. A seriedade, comprovando todo o medo inicial. O olhar despenca, vai ao chão. Um movimento brusco indica a insatisfação. Volta a afeição inicial, que de tão suave, soa falsa. A falta grita, implora. Como um turbilhão. Mil momentos vêm á tona. Pontos de vistas entram conflito. Fragmentos procuram lucidez. Encontram. As mãos, doces, se encontram. O brilho opaco se esvai. É real, como um dia já foi. Não é como antes, é mais doce. É mais amor. Não existe mais distância. Pra ela. Não é um final feliz, é a procura por um começo. A luz do dia apega-se à realidade. Agora é a saudade quem reivindica seu abrigo. O olhar mais uma vez fixo no céu. Disperso. Um roteiro otimista aponta o caminho, mesmo quando não é mais necessário...
3

terça-feira, 12 de janeiro de 2010


...e aquele casulo já não existe.

Dessa vez vou tentar ser o mais neutra possível, quase impenetrável. Vou desfazer todos os laços que tenho com minha personalidade antiga e vulnerável, apenas por hoje. Todos os traços alheios serão bem-vindos, a fim de acrescentar algo que eu nem mesmo tenho. A minha auto desistência estará mais ativa do que nunca, pronta para beneficiar novos atributos, antes desconhecidos por comodidade. Não poderei me livrar de todos aqueles frios na barriga e calafrios, mas farei deles impulsos para minhas expedições rua afora. Abusarei de todos os incentivos otimistas, e os pessimistas guardarei no fundo do meu ser, para estar ciente quando meus atos causarem derrotas particulares. É mais cômodo esconder-se entre eles. Vou abusar de tudo aquilo que me faz ser mais de carne, osso e coração. Vou ser puro sentimento, e tudo o que isso possa acarretar. E já que decidi ser condutora desses meus delírios, peço ao acaso que me guarde com toda a afeição que mereço.

0

domingo, 10 de janeiro de 2010


certeza de ser incerta.

Minhas dúvidas me traíram. Não que eu confiasse nelas, mas por um momento pensei que arriscar no escuro seria melhor que depositar minhas esperanças nas minhas certezas, por vezes tão incertas.
0

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010


um pedido, uma tentativa.

Tinha quase certeza que ia fracassar ao tentar dizer adeus, ao menos dessa vez tive a decência de anunciar a derrota antes mesmo de tentar. Sempre me decepciono ao classificar situações, mas de certa forma essa suposição acertou em cheio, talvez pelo fato de isso ser o mais habitual possível, com minha interferência ou não. Eu e minha mania imperdoável em transformar qualquer atividade corriqueira em poesia. Não por querer dificultar situações modestas, mas por subliminarmente me atrair por coisas que soam mais tristes.
Eu acho que você sabe quando eu tento te dizer adeus. Você leu todo o meu manual, toda a minha biografia, que de algum modo era quase sua. Use todo esse dom pra detectar toda a minha falta, toda a minha saudade, é meu último pedido.
1

sábado, 2 de janeiro de 2010


fragmentos, doismilenove.

Assim como 2008 acabou com um início, quero que 2009 acabe com um fim, nada mais justo. Observando minha vida como um filme tenho certeza que 2009 se encaixaria perfeitamente no menu “erro de gravações”. E eu vou tentar todos os dias dizer adeus, vou achar que consegui ás vezes e vou ter certeza que fracassei quase sempre. Serei a mesma tentativa ambulante de todos os outros anos e a mesma ilusão inconveniente. Eu fui e continuarei sendo todo aquele medo, toda aquela nostalgia. Terei necessidade em ser decidida, mas mesmo assim serei parcial, como tantas outras vezes. E sabe aquela minha mania em tentar remediar causas irreversíveis? Ela ainda vai me torturar por anos a fio. Vou querer coisas que eu não posso ter e vou ter coisas que eu não quero e nem preciso. Meus manifestos sentimentais serão sempre verdade, por vezes implícitos, mas sempre reconhecíveis. Vou precisar ser heroína e vou tentar não me menosprezar, até porque isso será inútil. Sentirei inveja de todos aqueles que mudam repentinamente, ao mesmo tempo em que não vou passar a acreditar em mudanças do dia pra noite. Terei tanto pra falar e provavelmente vou ocultar dos interessados e gritar aos desinteressados. Sou um paradoxo, sou bipolar, confusa, inconstante...
e vou continuar sendo tudo isso, queira eu ou não.
Nesse último dia do ano me dei conta de como sou pessimista, porém, passarei os próximos 364 dias de 2010 acreditando fielmente que sou realista.
Vi um pouco de mim em outras pessoas e todas elas me fizeram tão feliz. Sonhos que me pareciam tão distantes se tornaram realidade, o inusitado me fez feliz e a incerteza me fez mais forte. Acordei todos os dias com novos ideais, com um pouco menos de certas crenças, mas de certa forma mais humana.

O ano passou tão rápido e eu como sempre cética, desacreditei.
0