segunda-feira, 18 de outubro de 2010


Algo que te leva...

Já sentiu-se tão cansada, que qualquer foto fria com sorrisos vazios e olhares supérfluos lhe pareceu atrativa?
Até ontem, você via claramente isso. Hoje, isso já não significa mais nada. É apenas o verde reluzente da grama do vizinho. É apenas grama. Nada que te faria mal. Até hoje. Até agora. É tudo convidativo e amável. Tudo que empurra sua realidade mais pro fundo do poço. Tudo que inclina ainda mais sua esperança pro precipício. Susurra no seu ouvido o quanto é belo o lado de lá. E o lado de cá, escuro.
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Silenciosa.










 

Esquece. Não há juras, não há certezas e muito menos aparições. Há o comum, o de sempre. Aquilo que já decifraram há séculos, e que já foi comprado. Já foi convencido e vendido à preço de banana. Ninguém repara, até machucar fundo. Até sentir cravado na pele. Não há mais beleza, por que não há mais exceções. Isso já foi visto, é banal. Não importa o quanto você sinta, sempre vai ser desvendado. De repente encontrar-se entre tantos corações, não faz nenhum sentido. Tudo volta ao início. Razões superficiais e anseios físicos. Todo o tempo.
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sábado, 16 de outubro de 2010


Não se engane.

Trata-se da dinâmica dos corpos insustentáveis. Totalmente dispersos na leveza da realidade complexa e fria. E os olhos procuram inspiração naqueles cantos surpreendentemente imprevisíveis. Nessa destruição mútua tudo se agrupa de forma aleatória. Faz sentido. Só se fere quem precisa de atenção. Quem sustenta um coração. Aquele torto, que precisa de correção. Nem tanto assim. No fundo, ele está certo em pedir perfeição, quando ela nem existe. Pobre sonhador inquieto. No rosto, sempre a expressão de que um dia isso pode passar despercebido...
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Fora da bolha, o mundo é mundo, querida.
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