sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010


colhendo delírios

Tempestivamente ela encontrou vestígios de sossego. A procura que de tão perturbadora, foi quase trágica. Começou tudo aquilo com um desejo inconsciente de dar fim a toda àquela expectativa, que no fundo era vã. Ela sabia disso mais do que ninguém, mas o que seria dela sem seus tormentos infindáveis? Não sabia, mas não ousou arriscar. Era tarde, mas agora tinha certeza de que aqueles devaneios compunham o que ela era, e cada pedacinho de ilusão estava completamente assinado e registrado em seu nome. Ela não podia voltar atrás, mesmo que quisesse.
0

essa minha imaginação...

Hoje visitei o meu mínimo. Fui ao fundo, que de tão obscuro, me envolveu. Me perdi. Vi de perto tudo o que antes me assombrava. Me vi pequena. Não pude nem ao menos planejar ser cuidadosa no caminho. Tropecei. Ainda entorpecida me vi percorrendo o que antes me dava calafrios. Titubiei. Foi estranho, mas continuei. Mesmo desprotegida, me senti segura comigo mesma. Quis correr e não era necessário. Avistei o fim. Como imaginei. Menor do que fantasiei.
0

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010


Mais um desabafo sutil de uma veterana fracassada.

Estranho pensar que, como todo ano, ao soprar as velinhas e mentalizar aquele desejo, ele não será atendido. Por mais que a esperança te atormente ás vezes, por mais gritos otimistas que sua alma insista em despejar sobre você, nada acontecerá. Logo você, que tinha prometido que este dia seria normal. Foi só uma foto amarelada, velha, só isso. Enxerguei o quanto uma direção pode ser traiçoeira, mesmo sendo friamente calculada. Mas quem poderia achar que atitudes friamente calculadas são certas? Aquela ironia mortificante foi fatal. Naquele momento significou tudo.
1