...era como se os dias fossem todos iguais, como se o tempo estivesse parado dentro daquele ambiente fastidioso. O que lhe condiz ser real parece habitar apenas na teoria, nas entrelinhas de um texto sugestivo.
Posicionada a frente de todos aqueles mortais, talvez a aura de realidade transpareça e o escudo de seu auto-rótulo de excesso de realidade se choque com aquele medo, irreal, até mesmo improvável.
O que de fato é tão obsoleto se torna corriqueiro em um pequeno e tedioso deslize. Um corpo resistente, uma alma pesada, reflexo de todos aqueles dias monótonos, em que ela tentava se biografar inutilmente e se frustrava até com aquele pensamento definido e persistente do seu próprio “eu”, com o qual se classificava fielmente.
Se naquele espaço particular a descrição existe, ela a alimentava na sua forma mais metódica, iludida com a idéia de um dia se ver livre desse sentimento, que de tão pesado mais lhe parece uma cruz envergando suas costas já cansadas. Sente a hora de ceder, mas não sabe por onde começar.
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